É comum (mesmo entre profissionais médicos) chamar qualquer dor de cabeça mais forte de “enxaqueca”, mas existem outras formas de cefaleias bem distintas e que também se apresentam com dor de forte intensidade.
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Cefaleia do Tipo Tensional
A cefaleia do tipo tensional é uma das cefaleias ditas primárias — ou seja, na qual não há causas identificáveis, tais como lesões ou traumatismos — e bastante comum, com prevalências populacionais nos diferentes estudos variando entre 30 e 78%. Pela amplitude da variação percebe-se a dificuldade de conceituação precisa da cefaleia tensional, frequentemente caracterizada em contraposição à migrânea. E ser uma cefaleia designada como “não-migrânea” causa, inevitavelmente, uma heterogeneidade de características (além de provável heterogeneidade também de causas e de respostas aos tratamentos).
Cefaleia: Sinais de Alerta
A cefaleia constitui um dos motivos mais comuns de pedidos de consultas e encaminhamentos para serviços de Neurologia. Muitas vezes solicitando-se “exclusão de causas secundárias”, por causa de familiares ou pessoas conhecidas que tiveram “aneurisma” ou “câncer no cérebro”. Ou então tratamento de “enxaqueca” (como se costuma chamar toda e qualquer dor mais forte, independentemente de apresentar ou não as características necessárias e definidoras).
Migrânea (ou Enxaqueca)
Cefaleias são um dos motivos mais comuns para consultas neurológicas, e existe uma tendência de chamar toda e qualquer dor mais forte de enxaqueca (ou migrânea). No entanto, existem características bem definidas que separam cefaleias migranosas de outras (não-migranosas).
Cerebral Autosomal Dominant Arteriopathy with Subcortical Infarcts and Leukoencephalopathy (CADASIL)
CADASIL (ou Arteriopatia Cerebral Autossômica Dominante com Infartos Subcorticais e Leucoencefalopatia) é uma doença cerebrovascular causada por mutações no gene Notch3, localizado no cromossomo 19 (locus 19p13.1-13.2). Apesar de se tratar de uma doença sistêmica, os comprometimentos principais são os decorrentes de lesões isquêmicas cerebrais de repetição. As mutações no gene causam acúmulo da proteína Notch3 anormal na membrana citoplasmática dos músculos lisos das arteríolas cerebrais localizadas na substância branca, com degeneração progressiva destas. Pelo fato de ser uma doença genética autossômica dominante, há uma probabilidade de pelo menos 50% de transmissão do gene defeituoso para os descendentes de pacientes afetados(as).