A narcolepsia caracteriza-se pela presença dos seguintes conjunto de sintomas: sonolência excessiva diurna, cataplexia, alucinações hipnalgógicas/hipnopômpicas e paralisia do sono.
As características destes sintomas são:
- sonolência excessiva diurna:
Presente por pelo menos 3 meses, e frequentemente associada a ataques de sono - cataplexia:
Frequentemente desencadeada por fatores emocionais, pode determinar perda de tônus muscular mais localizada (ou mesmo generalizada) - alucinações hipnalgógicas/hipnopômpicas:
Presentes ao adormecer ou ao despertar, vívidas, e podendo se apresentar sob várias modalidades (visuais, auditivas, e/ou táteis) - paralisia do sono:
Presente ao despertar (ou, menos comumente, ao adormecer) e poupa músculos respiratórios e oculares extrínsecos
A latência de sono é bastante baixa (inferior a 8 minutos) e frequentemente aparece intrusão da fase REM logo no início do sono; outras condições, tais como privação acentuada do sono ou uma apneia grave do sono, podem causar alterações semelhantes. Por isso o diagnóstico necessita da realização tanto de polissonografia noturna quanto posteriormente de teste de múltiplas latências de sono.
Outros exames úteis em caso de dificuldades diagnósticas compreendem a dosagem de hipocretina no líquido cefalorraquiano ou a tipagem do HLA (os haplotipos DQB1*0602/DQA1*0102 estão presentes em 95% dos pacientes que apresentam narcolepsia com cataplexia e em 40% dos que não apresentam cataplexia).
O tratamento medicamentoso compreende o uso de estimulantes para a sonolência excessiva diurna e antidepressivos para a cataplexia. O gama-hidroxibutirato é também eficiente porém o seu uso como droga recreativa levou à sua restrição de uso pelo FDA. Além do tratamento medicamentoso, uma higiene adequada do sono (vide post Higiene do Sono de 16/03/2020) e horários estipulados de cochilos durante o dia contribuem para um controle adicional dos sintomas.
Bibliografia:
Kryger, Meir H.; Roth, Thomas; Dement, William C. Principles and Practice of Sleep Medicine. 6th ed. Elsevier, 2016.