Ao ler uma página do livro Finding Effective Acupuncture Points de Shudō Denmei (também autor do livro Japanese Acupuncture: Introduction to Meridian Therapy) deparo-me com a seguinte passagem a respeito do ponto C7 [Shenmen]:
I use PC-7 for the root treatment of Spleen deficiency, and so I seldom use HT-7. I tend to use HT-7 for constipation and apply direct moxibustion on the tender point proximal to the pisiform bone. This use of HT-7 was developed by Sawada Ken, the most famous moxibustion practitioner in modern times.
Algumas linhagens de Acupuntura praticamente proíbem o uso do Meridiano Xīn com base no conceito de o Órgão [Zàng] a ele associado ser o “Imperador”. Outras afirmam categoricamente que a moxabustão é um tratamento impróprio para Meridianos (ou Zàng Fǔ) associados ao Elemento Fogo. Muitos dos escritos antigos possuem ensinamentos de grande valia, mas eles também apresentam ensinamentos transmitidos por puro dogmatismo a título de “tradição”.
De fato, o grupo fundador da Terapia dos Meridianos (Keiraku Chiryō [経絡治療]) promoveu uma “volta aos clássicos” (principalmente ao Nán Jīng), procurando reavaliá-los criticamente à luz da experiência clínica. No exemplo citado acima (moxabustão no ponto C7), não consta que o tratamento cause invasão de Calor no Xīn.
Cabe lembrar, entretanto, que as técnicas de moxabustão diferem na China e no Japão; enquanto na China normalmente utiliza-se o calor indireto do bastão, aplicado por um período mais prolongado de tempo, no Japão ainda é bastante utilizada a moxabustão direta com minicones de moxa, que proporcionam um estímulo mais rápido e semelhante ao das agulhas. E essa diferença das técnicas utilizadas muito provavelmente implica nas diferentes indicações e resultados de um e de outro tratamento.
Bibliografia:
Shudō, D. Finding Effective Acupuncture Points. Seattle: Eastland Press, 2003. p. 158.