Desde a aprovação do muromonab-CD3 em 1985 tem se desenvolvido e lançado um núnero cada vez maior de anticorpos monoclonais, inicialmente para tratamentos de neoplasias e doenças autoimunes e depois para várias outras condições. A especificidade dos anticorpos é um grande atrativo para o seu desenvolvimento e uso; o preço de comercialização, entretanto, limita bastante o seu acesso.
1 – Prefixo | 2 – Sub‑raiz A | 3 – Sub‑raiz B | 4 – Sufixo |
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Nome “de fantasia”, escolhido pela eufonia e para diferenciação entre os vários anticorpos existentes entre si | Alvo do anticorpo | Espécie da qual se origina o anticorpo | Tipo de anticorpo (‑mab para anticorpos monoclonais) |
Devido a várias inconsistências e dificuldades de categorização dos anticorpos entre humanos, humanizados e quiméricos optou-se em 2017 por se cessar o uso da Sub‑raiz B. Para se distinguir a nomenclatura pregressa da atual algumas das Sub-raízes A foram também alteradas:
Significado | Sub‑raiz A até 2009 (Última letra suprimida caso necessário por eufonia) |
Sub‑raiz A entre 2009 e 2017 (Vogal acrescentada caso a Sub‑raiz B comece por consoante) |
Sub‑raiz A após 2017 |
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Amilóide | – – – | ‑am(i)‑ (antes da Sub‑raiz) |
‑ami‑ (antes da Sub‑raiz) |
Bacteriano | ‑ba(c)‑ | ‑b(a)‑ | ‑ba‑ |
Cardiovascular | ‑ci(r)‑ | ‑c(i)‑ | ‑ci‑ |
Fúngico | ‑fung‑ | ‑f(u)‑ | ‑fung‑ |
Interleucinas | ‑ki(n)‑ (antes da Sub‑raiz) |
‑k(i)‑ | ‑ki‑ |
Imunológico | ‑li(m)‑ | ‑l(i)‑ | ‑li‑ |
Inflamatório | ‑le(s)‑ | – – – | – – – |
Neural | – – – | ‑n(e)‑ | ‑ne‑ |
Ósseo | ‑os‑ | ‑s(o)‑ | ‑os‑ |
Receptores e fatores de crescimento | – – – | ‑gr(o)‑ (antes da Sub‑raiz) |
‑gros‑ (antes da Sub‑raiz) |
Toxinas | – – – | ‑tox(a)‑ | ‑toxa‑ |
Tumoral | ‑tu(m)‑ | ‑t(u)‑ | ‑ta‑ |
Viral | ‑vi(r)‑ | ‑v(i)‑ | ‑vi‑ |
Abriu-se uma exceção, no entanto, na atual nomenclatura para anticorpos de uso veterinário que figuravam na Sub-raiz B e encontram-se no momento na Sub-raiz A. Se o anticorpo estiver conjugado a outra substância, a identificação do conjugado dá-se pelo uso de outra palavra separada (no caso de marcadores radioativos, porém, identifica-se primeiramente o radioisótopo).
Mais recentemente se propôs o uso de “qualificadores biológicos” como um segundo sufixo para identificar similares e variantes da medicação, compostos por uma sequência aleatória de letras.
Nome comercial | Doença a tratar | Prefixo | Sub‑raiz A | Sub‑raiz B | Sufixo |
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Aimovig® (Pasurta® no Brasil) |
Migrânea | Ere‑ | ‑n‑ | ‑u‑ | ‑mab |
Ajovy® | Frema‑ | ‑ne‑ | ‑zu‑ | ‑mab | |
Emgality® | Galca‑ | ‑ne‑ | ‑zu‑ | ‑mab | |
Vyepti® (Até junho de 2020 ainda não aprovado no Brasil pela Anvisa |
Epti‑ | ‑ne‑ | ‑zu‑ | ‑mab | |
Lemtrada® | Esclerose múltipla | Alem‑ | ‑tu‑ | ‑zu‑ | ‑mab |
Ocrevus® | Ocre‑ | ‑li‑ | ‑zu‑ | ‑mab | |
Tysabri® | Nata‑ | ‑li‑ | ‑zu‑ | ‑mab | |
Rituxan® | Miastenia gravis | Ri‑ | ‑tu‑ | ‑xi‑ | ‑mab |
Soliris® | Ecu‑ | ‑li‑ | ‑zu‑ | ‑mab |
A aprovação do natalizumab (Tysabri®) em 2004 inaugurou a era dos anticorpos monoclonais na Neurologia, seguida ao longo dos anos pelas medicações descritas na tabela acima.
Nota:
No caso do alemtuzumab, o medicamento havia sido originalmente desenvolvido para tratamento de neoplasias (mais especificamente, linfomas cutâneos de células T e leucemia linfocítica crônica) sob os nomes comerciais de Campath-1H®, MabCampath® e Campath®. Após a compra da Genzyme® pela Sanofi-Aventis®, em 2012 a medicação foi retirada dos mercados americano e europeu e relançada depois sob o nome de Lemtrada® para tratamento de esclerose múltipla.
Bibliografia:
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Parren, Paul W.H.I.; Carter, Paul J.; Plückthun, Andreas. Changes to International Nonproprietary Names for antibody therapeutics 2017 and beyond: of mice, men and more. MAbs 2017 Aug;9(6):898–906.
Voge, Natalia V.; Alvarez, Enrique. Monoclonal Antibodies in Multiple Sclerosis: Present and Future. Biomedicines 2019;7(1),20.
CGRP pathway monoclonal antibodies. The Migraine Trust. Acessado em julho de 2020.
Revised monoclonal antibody (mAb) nomenclature scheme. World Health Organization. 26/05/2017. Acessado em julho de 2020.
The use of stems in the selection of International Nonproprietary Names (INN) for pharmaceutical substances 2018 (StemBook 2018). World Health Organization, 2018. Acessado em julho de 2020.
Treating Myastenia Gravis. MGFA. Acessado em julho de 2020.